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Mostrando postagens de setembro, 2007

Triste

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Hoje estou triste Mas não estou abalada Pelo fato de viver num país anti-democrático Nem porque vivo no escuro. Não estou desiludida por não ser amada Nem porque meu aconchego é a solidão. Não tenho raiva por causa da guerra. Não tenho riso, Não tenho brilho, Não me sinto perdida. Carrego apenas o obscurantismo de ser E oca, vago no infinito.

Rosa

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Meninas são mulheres que olham para dentro Que se despem dos valores deste mundo Para se vestirem de sonho Meninas olham para o céu para contar nuvens e sonhar com estrelas distantes Encantam mesmo feias. Meninas são belas por dentro sorriem desengonçadas sorrisos sinceros Saltam imposições voam mesmo sem asas. Libertam tristezas porque sabem chorá-las. Meninas derramam lágrimas Secam tristezas, jamais o coração.

Apelo Moderno

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São Jorge Livra-nos do dragão Da Inflação, Amém! Nossa Senhora Aparecida Não nos deixe cair na tentação Da Corrupção Amém! Arcanjos dos céus Protejam-me do cinismo Do Capitalismo Amém!

Cotidiano Engessado

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J anela se abre O Sol nasce Ônibus lotado Pensamentos atados Escritório fechado. Meio-dia Hora tardia Brinco com a comida Repleta, vazia Pausa na vida. A noite escura A lua procura, presa na busca Que o livro rebusca mas que a alma não cura.

Um monólogo

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Solidão é estar junto........ consigo mesmo Conversar....................com o próprio coração Estancar feridas.............da própria alma Calar a dor...................de si mesma. Encontrar-se.................no próprio corpo É amar! Independentemente de ser amada. É conformar-se....................................com a partida daquele que afirmou seu desamor atiçou a dor e me apontou o inferno no qual eu não quis caminhar..........sozinha. Solidão é trancar-se e perder-se para sempre dentro da própria alma entender-se, não mais cobrar-se consolar-se no próprio abraço! emocionar-se com a música produzida pelo girar do mundo e umedecer o olhar diante do pôr-do-sol. Solidão é aceitar sua própria escuridão

Psicodélica

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Eu naveguei na maionese Até entrar num país esquisito Cheio de frescura, Good-byes, So longs, Coca-Cola always, Dead-lines.... Desesperada, Naufraguei. Me afundei E fiquei encucada por séculos completos dormindo enfeitiçada O príncipe não veio, uma pena! Cansada de esperar, gritei, Até chegar um cavalo alado Azul celeste que me carregou para um prédio de 30 andares! Comprei um jeans e cortei as tranças Calcei um tênis sem cadarço E resolvi olhar a vida de baixo Pés no chão, sem nuvens com papos desconectados Essa é minha nova realidade.
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Raiva A rrebatamento vermelho de contrariedades. È um não insistente: Um não querer saber não entender. É um caminho perigoso Trilha de minas explosivas. É estar cheio Ser impetuoso Armado até os dentes Cheio de não me toques Louco pra dar o troco.
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Affeur T eus olhos tão negros, Tão brancos Tão agitados, Tão tranqüilos, Me prendem no infinito... E me espanto! Acordo cantando, Presa por vontade Aos teus caprichos de amor.

VIVIR

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Olá amigos! Agradeço a visita e o apoio de todos vocês! Abaixo segue a bela tradução do poema "Viver", tecida pelo meu amigo Jorge Abril. Obrigada Jorge pela amizade e pelo carinho! Abajo sigue una bella traducción del poema "Viver", tejida por mi amigo Jorge Abril. Gracias Jorge por su amistad y cariño! VIVIR M i vida es la simplicidad del camino solitario del calmo andar en la ciudad , de un sentimiento humanitario por los niños sin edad. Mi vida es ansiedad, tonto sentir solidario que se esconde en un solario sin aire ni libertad (traducción de Jorge Abril)

Vida

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La vida es una lucha entre lo que es triste y lo que es bello. Cuando la belleza supera la tristeza, los ojos son luz, que resplandecen, por minutos que sea, la seguridad de vivir. El corazón repleto de belleza deja el alma sonreír. Cuando la tristeza es suprema, usa la belleza para probar la duda. Los ojos entonces son cristales, que anuncian que los espacios del corazón están ocupados por una abrupta melancolía. El alma sufre, perdida, contornsionándose con la duda de no comprender porque allí está. Muchas son las batallas. Y en la alternancia de los vencedores, vivimos entre la duda y la seguridad, entre la emoción y la razón. Entre lo que es triste y lo que bello es.

Estação Saudade

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V ocê pegou na minha mão E abriu-se o céu sobre a terra Que enfeitou-se de sons e cores. Eu encabulei, baixei meus olhos diante da realeza do teu olhar da luz do teu sorriso. E minha mão, derreteu. Você moldou-a de novo com carícias E me vi mulher. Sim! Mulher nessa vida intensa e bela Com que tu me presenteastes antes de me deixar Na estação Saudade.

Menina

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E u sou menina faceira, Sentada no alto das nuvens; Perninhas soltas no ar. Vento, ar, azul. Eu sou menina, Tranças largas Olhos redondos Presos no infinito.
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Viver M inha vida é a simplicidade Do caminho solitário, De passos calmos na cidade; De um olhar humanitário Sob as crianças sem idade. Minha vida é saudade. Sentimento mais otário, Que guarda minha alma num solário, Sem ar, sem liberdade.

Eu?

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E u, nacionalista? Só amo minha terra Porque me pariu! Eu, socialista? Só olho por quem Olha por mim! Eu, anarquista? Se emudeço o grito Na garganta! Vida artista! Papéis invertidos, Vidas trocadas...
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Enigma Q uando meu amado aqui não está Sou a chuva que cai, límpida e transparente, Purificando o coração dos homens. Sou mendiga, cega, órfã, Desfalecida, sozinha. Sou o deserto e suas maldições, Árida, salgada, amarga. Sou o decrépito, o satânico Sou a lua branca, que isolada Pendura-se na escuridão, escondida nas nuvens. Mas sei que meu amado volta Disco solar, sol de primavera Que acalenta as pequenas flores Acaricia-lhe as pétalas, Enxuga-lhes o orvalho do pranto. Amarelo luz No céu azul. Sorrindo, Porque volta Para os meus braços...

Sigo!

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E ansiosa, coração na mão sigo, Porque só para frente hei de andar! Sorriso nos lábios, olhar tranqüilo; Falar agitado, mãos alvoroçadas. Viver não se poupa: O amanhã é uma possibilidade Incógnita que incentiva o caminhar.

Onde andará?

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Onde há esperança? No horizonte? Afinal o sol nasceu... No canto, onde a lágrima é verdadeira? No espanto, que é o que nos impulsiona a viver? Ou talvez nos olhos que se fecharam para mim? Ou no encanto, que de repente se quebrou? Onde, me diga! Na brisa azul onde pairam as nuvens brancas? Na lua que brilha sozinha no breu? Na canção que feneceu? Ou talvez na luz que se apagou? ........................................................................ Mas talvez haja esperança no coração porque ele ainda bate não morreu...

Café

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A bre as portas da alma, doce e negro, espuma branca, remédio do irremediável. E feito chantilly eu me derreto, enternecida de consolo, pelo quente, doce e negro, que acalenta o coração. E feito açúcar desaparece a melancolia que mesmo não visível dá sabor à vida....

Sorriso

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E u me amo. Ora, se eu me amo, eu me amo sorrindo. Por isso nada pode derrubar meu sorriso. Sabe o que farei quando alguém tentar derrubar o meu sorriso? Vou sorrir um sorriso maior, mais brilhante, cheio de encantamento! E os outros que fiquem de cara azeda. Porque eu me amo e me amo porque tenho a capacidade de sorrir!

Romântica

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N ão existem adjetivos que contemplem a totalidade do que sinto por você em nenhum língua, em nenhum lugar deste mundo. Por que o que sinto por você é único. Por que o que vislumbro dentro de teus olhos é como um feitiço, o qual não tenho forças para lutar em contra, simplesmente porque não quero lutar contra ele. Quero sim ser absorvida por este castanho que me encanta, quero é ser sugada por ele, e transportada para outras esferas, outros mundos. Ambiciono através deles adentrar tua alma, povoar teus pensamentos, colorir as paredes de teu coração, da maneira que você fez comigo. Quero ser tua. E vivo a ânsia de caber dentro do teu abraço. Almejo ser digna de ouvir teu coração falar ao meu. Desejo teus olhos nos meus, tua boca na minha. E a minha pele grita a urgência dos teus carinhos, teus afagos, tuas mãos nos meus cabelos. E os meus olhos ficam aflitos quando não estão mergulhados no lago profundo e misterioso do teu olhar. E meu corpo mingua se não está perto do teu. E envelheço
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Delírio É aqui acariciando um copo de guaraná, Pensamento solto no ar... Olhos parados em algum ponto colorido, Que vejo teu sorriso iluminado, Sacaneando comigo, Rindo da saudade que sinto! E teu olhar me atordoa: Teus sentidos, mistérios. Me faço de forte, minto, Enquanto minha alma voa Para dizer no teu ouvido, improvisos dignos do Oráculo de Delfos .
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Tentar sempre! T entar sempre! Mesmo que o tombo seja grande, A dor dilacerante, A escuridão alucinante. Tentar sempre! Mesmo quando não há mais perspectiva. Mesmo que estejas aflita, E a infelicidade te persiga. Tentar sempre! Porque se findar a perseverança. Se calar a esperança, É teu sonho que se perde, É tua beleza que se esconde, É tua vida que termina.
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Um poema S ofia era só tristeza. Sentada no meio-fio, Abraçada aos seus próprios lamentos Via os carros passarem Via as pessoas correrem Só o nó na garganta não se ia Sofia baixou os olhos Ouvia o ronronar dos motores Ouvia os risos, os dissabores Dos transeuntes apáticos ao meio fio Apáticos à tristeza dela Até que um ser parou Ser, porque não era gente Ser, porque não era anjo E que mesmo sem ser anjo lhe deu a mão E mesmo sem asas ela voou E mesmo sem querer sorriu E viu o seu sorriso No olhar do outro Era tão bonito! Sofia era só esperança Andando no fio, do meio Da vida.
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Moça Tecelã P alavras nascem de meus dedos, Entremeios, sonhos, paixões Que saem sem rodeios. Espanta-me suas novas conexões. Vou assim aliviando minha dor Que se esvai em hieróglifos perdidos. Vou assim levando a vida com amor, Construindo sonhos antes esquecidos. Escrevo com raios de sol Nas noites mais escuras Ligando todas as estrelas Até a branca lua. Escrevo com meu olhar Nas mais diversas cores Em uma linha reta, Da minha vida, os dissabores. Vou tecendo aos poucos os caminhos Que desejo reencontrar. Com a linha da eternidade, Quero o mundo decifrar.
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Gris O sol hoje nasceu esquisito. Nasceu e mesmo assim não está. Está lá a luz amarela, fria que não aquece. A chuva veio; uma chuva que de tão fina não molha. Só está ali, formando nuvens. Nuvens que escondem o céu. Eu me levantei, o corpo reclamando a cama quente. Como todos os dias me vesti, engoli o café com leite e saí, enfrentando as paredes de concreto. Como é possível de repente nada mais fazer sentido? Como é possível de repente ser fugitivo de si mesmo? E a angústia ficou plastificada. E as feições endureceram. E o coração... sei lá onde se escondeu. Ronca o motor do carro nas filas intermináveis do engarrafamento. Os solitários carros incomunicáveis, vidros fechados para o horizonte. “Tio, tem uma moeda?” Carro parado no meio-fio úmido, passos largos, olhos perdidos no cinza. O crachá pesa no pescoço. Corro ocupar a mesa de todos os dias, atando os dedos ao teclado. Nascem ondas de papel da impressora. Engolir o café, amassar o copinho de plástico para livrar-se da raiva. O
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AZUL A s ondas lambiam a praia. Ela só caminhava, deixando os pés serem ungidos pela água salgada. Ela só caminhava, deixando lágrimas transparentes e límpidas lhe escorregarem pelo rosto. Naquele minuto, tudo parou. E ela transformou-se em matéria líquida, que derretia por dentro e chorava para fora. O céu alvíssimo lá em cima só servia para sustentar o sol que lhe evaporava as dores, consolando a carne. Mas a alma estava lá, trêmula, medrosa, embolada no umbigo. Ela olhou o mar esperando respostas e o mar só podia lhe dar perguntas. O mar viu os olhos de Laura repletos de gotas azuis e lhe cantou uma canção murmurejante, cheia de espuma. A água chegava-lhe nos joelhos, quando ela se abraçou ao suéter de lã. As ondas desenhavam com sal e areia estampas na barra do vestido. Quis afogar o pranto, desejou caminhar até o fundo atrás de uma saída. Fechou os olhos, o vento penteando os cabelos encaracolados para trás, deixando o rosto a mostra, pálpebras guardando as duas pedras de água-mar
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Lilás Q uando Clara queria estar só, tirava os óculos e via o mundo “a la Monet”. As placas viravam desenhos, os desenhos viravam borrões. E os borrões formavam figuras, que às vezes viravam letras. Os edifícios ficavam mais altos, as luzes desfocadas. Descia uma neblina branca, e o ambiente se tornava repleto de um mistério inglês. Livre de lentes, tudo era bruto, dentro de uma penumbra esvoaçante. Não havia sorriso nem pranto nos rostos alheios. Não havia cobranças. Só uma Clara sensível às coisas de uma forma diferente. Uma observadora de binóculo embaçado que podia, enfim, experimentar de novo aquela mesma sensação infantil de que, se não vemos, não somos vistos. Quando Clara arrancava os óculos, se despia do mundo. Conectava-se a um esconderijo onde podia escutar as batidas de seu coração, sentir o aroma da sua própria pele. Apreciar suas próprias texturas. Como se a miopia fosse a chave “desliga”: não lhe fazia mais sentido a legibilidade que lhe proporcionavam as lentes, o enfoq
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Eu sorri prá ele E vi a sua alma acender-se como estrelas iluminam a noite escura. Seus olhos tão especiais, dois candeeiros castanhos Meu coração se alegrou e eu o amei naquele dia no depois, e no outro. Para sempre aqueles olhos aquela luz refletida num sorriso...
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Serenata O violão chora Suas notas desconsoladas Lágrimas de som, som seco, cansado O violão canta Sua música solitária De seis cordas Seis amigos Que se unem diferentes em compasso igual A brisa, emocionada Com a beleza arranjada Em acordes desolados Leva o som para os quatro cantos. E enche o ambiente de música; E preenche a vida já melancólica; Trilha sonora do coração apaixonado. Da menina emocionada. Que derrama suas lágrimas Da sacada enluarada.
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Era novembro. Um novembro de verão, desses em que as crianças correm pelas ruas levantando poeira com suas brincadeiras. Os risos infantis corriam independentes dos choros abafados de uma ditadura que ainda perdurava neste 1983 cinza . Ano das longas listas das multinacionais cheias de gente transformada em números, números que alimentavam as estatísticas de demitidos políticos. Minha mãe, barrigão, matava os desejos da gravidez com sorvete de frutas e muita limonada. Meu pai não conseguia matar a insônia de preocupação que o perseguia todas as noites. Mamãe, com três filhas, a quarta na barriga, queria um menino. Sonhava com o garoto que ia vir, e que ela chamava Rafael. Meu pai, doido por mais uma menina, do seu canto, faz a proposta: “se for garota, eu escolho o nome”. No dia 17, depois de uma longa noite em que a criança, para desgraça da mãe, não queria nascer de jeito nenhum, o doutor resolve tomar medidas drásticas: tirou à força a menina sonhadora da barriga da D. Elisabete e a