Rennt, Damiana, Rennt
5h. O sol ainda não nasceu, mas meus dedos teclam loucos num computador ligado a toda. Abro um e-mail, chegam oito. Abro dois, chegam mais vinte. O sol nasce. Bebo um café, e meu corpo recebe a ducha fria. Visto a roupa de todo dia. Sapato, bolsa. Lápis no olho. Não sei porque sem lápis no olho me sinto cega. Corro para o ponto do ônibus. No Sacomã lotado, anotar compromissos na mente, fervilhando ideias. Metrô. Lotado, claro. O Paraíso parece um inferno. Desço na Consolação, os passos firmes na avenida, a cabeça vai e volta nas milhares de coisas que eu posso fazer, que eu posso criar. Um sorriso no canto da boca. Cara crachá na recepção. Aula de espanhol na empresa. Coração na aula, cabeça na agenda. 9h30. Correndo para o Paraíso, que continua infernal. Estação da Luz. Corro para o trem. O balanço convida a um cochilo, mas e minha monografia! Meu Deus, minha monografia! E aquela tradução? E depois, aula, reunião, revisão! Não posso esquecer, reunião. Ligar para fulano, cicrano e bel...