Aconteceu assim


Meses sem escrever poesia. A caneta só deslizou o papel para fazer cálculos, rascunhar glossários, termos técnicos. E onde havia tempo?
De repente me achei incapaz. Será que a poeta que vivia em mim tinha morrido? Logo eu ficar presa às ideias racionais do mundo, aos números, aos dicionários. E sem mais percebi que fiquei longe dos livros não obrigatórios, que passei muito tempo sem leitura por prazer.

Aí, não mais que de repente
as letras vieram de espanto
formando palavras num redemoinho
de ideias que se misturaram
com ventanias de sensações.

Ai, o papel branco
de repente cheio de letra,
de caligrafia corrida,
de linhas tortas
sorriu satisfeito.

E sim, pude voltar
a poetisar sem querer
sem obrigações
só por necessidade
de oxigenar o coração.


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